Por que não incrementar seu presente hoje com uma cartinha de amor ou até mesmo um bilhetinho apaixonado?
terça-feira, 12 de junho de 2012
Livros para os namorados
Que tal presentear seu amor com um livro?
Abaixo, duas sugestões bem legais. Mas, se você for a uma livraria, com certeza, encontrará outras.
domingo, 10 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
10 de junho - Dia da Língua Portuguesa
10 de junho é o Dia da Língua Portuguesa.
Para comemorar esta data, resolvi postar aqui um vídeo com um pouco da exposição, no Museu da Língua Portuguesa, sobre Jorge Amado, ilustre baiano que tão bem usou e divulgou nossa língua no mundo todo.
Ah! Essa exposição chegará a Salvador em agosto e ficará, por alguns dias, no Museu de Arte Moderna da Bahia. Até lá, veja um pouco dela no vídeo abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=A2dF1MWiycI
http://www.youtube.com/watch?v=xkiuhwhPEB0
http://www.youtube.com/watch?v=Skl9-NTyy80
http://www.youtube.com/watch?v=EKarRdU-0pU
http://www.youtube.com/watch?v=fWHNp9uizjU
Quando a
crase muda o sentido
Muitos deixariam de ver a crase como bicho-papão se
pensassem nela como uma ferramenta para evitar ambiguidade nas frases
O emprego da crase costuma
desconcertar muita gente. A ponto de ter gerado um balaio de frases inflamadas
ou espirituosas de uma turma renomada. O poeta Ferreira Gullar, por exemplo, é
autor da sentença "A crase não foi feita para humilhar ninguém",
marco da tolerância gramatical ao acento gráfico. O escritor Moacyr Scliar
discorda, em uma deliciosa crônica "Tropeçando nos acentos", e afirma
que a crase foi feita, sim, para humilhar as pessoas; e o humorista Millôr
Fernandes, de forma irônica e jocosa, é taxativo: "ela não existe no
Brasil".
O assunto é tão candente que, em 2005, o deputado João Herrmann Neto, que
morreu em abril deste ano aos 63 anos, propôs abolir esse acento do português
do Brasil por meio do projeto de lei 5.154, pois o considerava "sinal
obsoleto, que o povo já fez morrer". Bombardeado, na ocasião, por
gramáticos e linguistas que o acusavam de querer abolir um fato sintático como
quem revoga a lei da gravidade, Herrmann Neto logo desistiu do projeto.
O acento grave (`) no a tem
duas aplicações distintas, explica Celso Pedro Luft (1921-1995) no hoje
clássico Decifrando a Crase (Globo, 2005: 16):
1) Sinalizar uma fusão (a crase): indica que o a vale
por dois (à = a a): "Dilma Rousseff compareceu às CPIs".
2) Evitar ambiguidade: sinaliza a preposição a em
expressões de circunstância com substantivo feminino singular, indicando que
não se deve confundi-la com o artigo a .
"Dilma Rousseff depôs à CPI". Sem a crase, a frase hipotética se
revela ambígua: Dilma destituiu a comissão parlamentar de inquérito ou apenas
deu depoimento à comissão? O sinal de crase tira a dúvida.
Sinalizar a contração entre vogais idênticas (no caso, a preposição a e
o artigo a )
é um desafio que, mesmo quando parece complicado, pode ser intuído pelo usuário
do idioma, em regras relativamente simples de ser incorporadas.
Ambiguidade
A grande utilidade do acento de crase no a ,
entretanto, que faz com que seja descabida a proposta de sua extinção por
decreto ou falta de uso, é a assinalada por Luft: crase é, antes de mais nada,
um imperativo de clareza.
Muitas frases em que a preposição indica uma circunstância (instrumento, meio
etc.), em sequências do tipo "preposição a +
substantivo feminino singular", podem dificultar a interpretação por parte
de um leitor ou ouvinte. Não raro, a ambiguidade se dissolve com a crase - em
outras, só o contexto resolve o impasse.
Exemplos de casos em que a crase retira a dúvida de sentido de uma frase,
lembrados por Luft em Decifrando
a Crase :
Cheirar a gasolina (aspirar)Xcheirar à gasolina (feder a).
A moça correu as cortinas
(percorrer) X A moça correu às cortinas.
(seguiu em direção a).
O homem pinta a máquina (usa pincel nela) X O homem pinta à máquina (usa uma
máquina para pintar).
Referia-se a outra
mulher (conversava com ela) X Referia-se à outra
mulher (falava dela).
Contexto
O contexto até se encarregaria, diz o autor, de esclarecer a mensagem em casos
como: "vimos a cidade"; "viemos a cidade". "conserto a
máquina"; "escrevo a máquina". Um usuário do idioma mais atento
intui um acento necessário, garantido pelo contexto em que a mensagem se
insere, se a finada testemunha do exemplo a seguir destituiu a relatora da OAB
ou prestou depoimento:
Morta a testemunha
que depôs a relatora da OAB.
Mas, em geral, contextos elípticos ainda deixariam dúvidas em exemplos do tipo:
"Fique a vontade onde está" ou "A sombra das raparigas em
flor".
(aspirar o combustível) (feder tal qual o combústivel)
"Fique a vontade onde está" indica que uma entidade metafísica
chamada "vontade" deve se manter suspensa ou que o interlocutor da
mensagem deve se sentir confortável?
A falta de clareza, por vezes, ocorre na fala, não tanto na escrita. Exemplos
de dúvida fonética, sugeridos por Francisco Platão Savioli, professor e
coordenador de gramática e texto no Anglo Vestibulares:
- "A noite chegou." Na linguagem falada há ambiguidade; na escrita,
com ou sem o acento, não. Alguém chegou à noite, ao escurecer? Ou foi a noite
que chegou no fim da tarde? Como saber o sentido de uma frase como essa, sem o
acento?
- "Ela cheira a rosa." A afirmação será ambígua, se oral. Se escrita,
terá sentidos diferentes, se houver o acento grave no a que precede
"rosa" ou se ele for dispensado. "Ela cheira a rosa"
significa que a dama aspira o perfume da rosa. Já "ela cheira à rosa"
indica que a princesa tem o perfume da flor. Na escrita, com a crase, nem é preciso
explicar ou entender o contexto.
- "Matar alguém à fome." Sem acento, alguém mata a própria fome. Com,
mata-se alguém pela fome. Como na África ou em ásperas periferias brasileiras.
Sem o sinal diacrítico, construções como essas serão sempre ambíguas. Nesse
sentido, a crase pode ser antes um problema de leitura do que prioritariamente
de escrita.
Em expressões com palavras femininas
(expressões adverbiais, conjuntivas e prepositivas), há o acento grave de
clareza, utilizado por tradição: "às vezes", "à moda de",
"à espera", "à medida que", "à custa de", "à
prova de" etc.
Embora com expressões adverbiais de instrumento o emprego do acento da crase
seja desaconselhado pelos gramáticos, seu uso é frequente no português
brasileiro, mesmo quando desnecessário: Escrever a máquina, a mão, a tinta, a
caneta (a lápis); ferir a faca (a cacete); calar a bala (a tiro), matar a
baioneta (a punhal). Acentua-se, se houver confusão de sentido. Alguém matará
uma baioneta? Coisa difícil. Quem aplica o sinal intui um chamado da mensagem
ao uso do acento grave de clareza. "Produzir a máquina" será fabricar
a máquina ou produzir com a máquina? Então: "Produzir à máquina". Por
isso, "pintar a mão" será pintar, desenhar na própria mão, como
amantes de tatuagens? Ou pintar com a mão, sem instrumentos, como fazem alguns
sensitivos? Então: "Pintar à mão".
Mesmo a regra da crase como índice de contração com "distância" tem
sido interpretada pelos usuários do idioma como dependente do contexto.
Pela regra tradicional, não há
acento, se a "distância" estiver indeterminada:
"Ficar a
distância". "Seguiu-a a distância". "Manteve-se a distância
segura". Se a "distância" estiver definida, determinada numericamente, há
acento:"Ficou
à distância de dois metros" . "Viu o corpo à
distância de três passos".
Influência
Há, no entanto, autores que sempre acentuam o a dessa locução. Não por acaso,
dicionários como Houaiss incorporam as diferenças de sentido que os usuários da
língua tendem a sentir ao usar a locução.
No sentido de "de longe" e "de um ponto distante", muitos
brasileiros sentem que faz sentido usar crase. Exemplo de Houaiss: "a
sentinela vigia à distância. Entende-se "à distância" como
"localizado a (certa) distância; distante, afastado". No sentido de
"ao longe" e "em um ponto distante" não se sentiria a
necessidade da crase: "viram algo movendo-se a distância".
O que os usuários intuem do sentido implícito à frase parece influir, por
exemplo, no uso da crase com nome próprio feminino, o que torna o acento muitas
vezes optativo: "Fizeram uma homenagem à Maria" revela mais
intimidade do que "Fizeram uma homenagem a Maria".
Assim também "desenhei a caneta" x "desenhei à caneta";
"a polícia recebeu a bala" x "a polícia recebeu à bala";
"dar à luz" x "dar a luz".
Expressões
Em crase, a intuição e a generalização de exemplos concretos podem ser mais
efetivas que a decoreba de regras.
Se intuímos a regra básica de que só se usa crase diante de palavras femininas
quando há uma preposição seguida de um artigo, evitamos ocorrências como
"à 80 km", "à correr" ou "à Pedro". Afinal, nunca
pensamos em crase com palavras masculinas ou verbos: daí não haver em "a
lápis", "a contragosto", "a custo".
Se lembramos que a crase serve para eliminar uma ambiguidade, também evitamos
tirar a crase em contextos que pedem, por exemplo, "à beira", "à
boca miúda", "à caça". Assim, fica muito mais fácil pensar a
crase.
Por: Luiz Costa Pereira Junior, com a colaboração de João Jonas Veiga Sobral.
Fonte: Revista Língua Portuguesa, nov. de 2009.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
HIPERCORREÇÃO
Começo com duas passagens de uma coluna de Maierovitch publicada no Terramagazine (aqui ao lado, no dia 30/05), comentando o episódio Lula – Gilmar Mandes – Jobim. Não vou discutir o affaire, embora tenha opinião sobre ele (uma parte dela é que posso acreditar ou não em Lula e Jobim, conforme o caso. Em Gilmar Mendes, nunca).
Entre outras coisas, Maierovich, que é um senhor culto (mas também vítima de certa mentalidade em relação à língua, como espero mostrar), escreveu:
“Segundo Mendes declarou à revista Veja e confirmou em entrevistas, Lula teria ofertado-lhe “blindagem” na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o escândalo Cachoeira-Demóstenes-Delta”.
“… “Mensalão”, que Mendes sustenta haver Lula pedido-lhe para adiar, já foi objeto de sessões administrativas (com participação de Mendes) quando se acertou até o tempo para manifestação das partes (Maierovitch, Terra, 19/05/2012).
Chamaram minha atenção as duas ocorrências de ênclise, completamente fora do padrão: ofertado-lhe e pedido-lhe. São exemplos quase extremos de hipercorreção. Explico.
Hipercorreção é um fenômeno que se caracteriza pela correção excessiva, ou melhor, aplicada a contextos em que não cabe. As razões para corrigir algo podem ser diversas. Em geral, têm a ver com optar por uma forma socialmente valorizada.
Os exemplos mais claros, no campo das línguas, são do tipo dizer “telha” por “teia” (de aranha), já que se descobriu que a “teia” que cobre a casa é “telha” e não “teia”. É, portanto, um tipo de generalização, que consiste em aplicar mais ou menos cegamente a mesma regra a todos os contextos iguais ou semelhantes: se uma “pia” é “pilha” e se uma “fia” e “filha”, então todas devem ser. É por isso que se acaba falando, querendo acertar, da “pilha branca” do banheiro. Um dos melhores casos eu ouvi da boca de um pedreiro, que sugeriu colocar “vitror” num certo lugar da casa. O raciocínio dele é óbvio: se “dotô” é “do(u)tor”, então “vitrô” é “vitror”.
É o que explica as ênclises acima. O português do Brasil, como se sabe, é basicamente proclítico: “me dá um dinheiro, me parece que” etc. Em Portugal diz-se (aqui se diz) predominantemente “dê-me, parece-me”; fala-se assim desde criancinha.
A gramática escolar ensina que há casos de próclise (que ME faz chorar), de ênclise (diga-ME) e de mesóclise (ter-LHE-ia ofertado). Mas, principalmente, a escola insiste em eliminar as próclises, que são muito comuns, porque fazem parte de nossa competência de falantes brasileiros. Muitas são consideradas erros. Ensinam-se diversas regras de colocação de pronomes, mas a única que sobra, mais ou menos vaga, é uma simplificação, “o pronome segue o verbo” (ou: pronome antes do verbo é errado).
O resultado é que a tendência passa a ser colocar todos os pronomes depois do verbo, mesmo em contextos estranhos, como nos trechos acima, em que o pronome está depois de particípio, posição que nunca ocupa, nem em Portugal, nem no Brasil!
É um efeito da hipercorreção, um dos poucos fenômenos que podem ser qualificados tecnicamente de erros. São generalizações em desacordo com a gramática internalizada da língua, aquela que todos sabemos.
Por: Sírio Possenti
Fonte: www.terra.com.br
Manifesto à leitura
Abaixo, um manifesto em forma de vídeo sobre o poder transformador de um livro na vida de uma pessoa e sobre a importância de incentivarmos nossos semelhantes a ler.
De maneira bastante interessante, faz com que o espectador se pegue LENDO e perceba que é sim, um leitor em potencial e que pode ajudar a disseminar o hábito da leitura entre todos.
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