segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Trás ou traz?


Ainda há quem confunda essas palavras de significados tão diferentes.
Aqui vão alguns esclarecimentos sobre elas:

TRAZ tem o mesmo sentido de conduzir, transportar, ocasionar. É a conjugação do verbo trazer na terceira pessoa do singular do indicativo ou na primeira pessoa do singular do imperativo.

Exemplos:
Dinheiro traz felicidade?
Ela sempre traz boas notícias para nós.

TRÁS tem o mesmo significado de atrás e detrás, tem função de advérbio de lugar e vem sempre acompanhado de uma preposição, formando com esta uma locução adverbial.

Exemplos:
Ela foi embora sem olhar para trás.
Ontem na rua ela passou por trás de mim.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Carlinhos Brown, um gênio baiano

Há alguns dias fui apresentada a uma das mais recentes composições de Carlinhos Brown -Tantinho - e fiquei encantada com o jogo de palavras que ele estabelece nela.
É uma pena que esse baiano inteligentíssimo só seja lembrado pela autoria de Água mineral, A namorada e outros hits carnavalescos, quando ele tem muito mais a mostrar e, diga-se de passagem, com poesias belíssimas, além dos usos e abusos da língua, os quais eu acho o máximo, pois mostram o quão rico é esse nosso idioma.

Vale a pena conferir a música.




30 de janeiro - Dia do quadrinho nacional




Uma justa homenagem


Minha homenagem a Antônio Cedraz, quadrinista baiano, nascido em Miguel Calmon e criado em Jacobina, autor de A Turma do Xaxado, cujas histórias refletem o jeito nordestino de ser.



Para saber mais, acesse: 
http://www.xaxado.com.br/

sábado, 29 de janeiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dica de filme


Fugindo um pouco das temáticas comumente abordadas aqui, quero hoje indicar um filme ao qual acabei de assistir e que me deixou muito intrigada e reflexiva. O nome do filme é A CAIXA. Veja o trailer e decida se vale a pena assisti-lo ou não.




Um filme que exige inteligência e sensiblidade para se refletir sobre decisões que tomamos na vida a partir de valores que, na maioria das vezes, estão deturpados por interesses egoístas e mesquinhos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Você sabe usar bem o português?



Fazer bom uso da Língua Portuguesa é de fundamental importância não só para garantir êxito nos famigerados vestibulares e no mercado de trabalho, como também para ser bem visto socialmente

Por isso, achei bem legal um teste que o R7 preparou para medir seus conhecimentos na língua.
São perguntas sobre ortografia, uso de vírgula, pontuação, concordância e outras dúvidas que afligem muitas pessoas.

Certamente servirá para lhe deixar um pouco mais seguro quanto ao uso da língua ou para dar-lhe uma cutucada e  chamar sua atenção para a necessidade de estudar um pouco mais o nosso idioma.

Faça o teste e veja se você é fera em português. Basta acessar este link:


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Momento Luís Fernando Veríssimo I



Ler...

Ler é o melhor remédio.
Leia jornal...
Leia outdoor...
Leia letreiros da estação do trem...
Leia os preços do supermercado...
Leia alguém!
Ler é a maior comédia!
Leia etiqueta jeans...
Leia histórias em quadrinhos...
Leia a continha do bar...
Leia a bula do remédio...
Leia a página do ano passado perdida no canto da pia enrolando chuchus...
Leia a vida!
Leia os olhos, leia as mãos. Os lábios e os desejos das pessoas...
Leia a interação que ocorre ou não entre física, geografia, informática, trabalho, miséria e chateação...
Leia as impossibilidades...
Leia ainda mais as esperanças...
Leia o que lhe der na telha...
  ...mas leia, e as ideias virão!
                                                                            
Por Luís Fernando Veríssimo


Que saber mais sobre Luís Fernando Veríssimo, sua biografia, coletânia, livros? Acesse o endereço: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp

domingo, 23 de janeiro de 2011

Momento Caetano Veloso II





Momento Caetano Veloso I





O que falta neste texto?


Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o “E” ou sem o “I” ou sem o “O” e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o “P”, “R” ou “F”, ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente, repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

E então, você continua achando que é impossível escrever sem usar a letra A?


PS: Recebi por e-mail. Não sei quem é o autor.

sábado, 22 de janeiro de 2011

"AD CAUTELAM"


Quem não já se deparou, lendo um texto, jurídico ou não, com expressões latinas e ficou meio na dúvida sem saber ao certo o significado?



Pois é, a Língua Portuguesa faz uso de uma série dessas expressões. Elas costumam estar presentes tanto na linguagem oral quanto na escrita.

Seguem algumas e seus respectivos significados:

AD CAUTELAM - Por cautela, por precaução.
ALEA JACTA EST - A sorte está lançada.
ALIBI - Em outro lugar; prova de que estava em outro lugar.
A POSTERIORI - Depois, em consequência do que foi exposto.
APUD - Em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas, isto é, citações colhidas numa obra.
A PRIORI - Antes, anterior à exposição.
CARPE DIEM - "Aproveita o dia". (Aviso para que não desperdicemos o tempo). Horácio dirigia este conselho aos epicuristas e gozadores.
CURRICULUM VITAE - Conjunto de dados sobre a vida de alguém.
DATA VENIA - Concedida a licença, com a devida vênia. É uma expressão respeitosa com que se inicia uma argumentação discordante da de outrem.
ET CETERA (ou Et caetera) (abrev.: etc.) - E as outras coisas, e os outros, e assim por diante. Apesar de seu sentido etimológico (= e outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes de coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa.
EX OFFICIO - Por obrigação do cargo.
DEFICIT - Saldo negativo.
FAC SIMILE - Reprodução exata do original.
GROSSO MODO - Aproximadamente, mais ou menos, em linhas gerais.
HOMO SAPIENS - Homem sábio; nome da espécie humana na nomenclatura de Lineu.
HONORIS CAUSA - Honra por causa de merecimento.
HABEAS CORPUS - Garantia em favor de quem sofre ou está na iminência de sofrer coação ou violência na sua liberdade.
IN LOCO - No lugar.
IN MEMORIAM - Em comemoração, para memória, para lembrança.
IPSIS LITTERIS - Literalmente.
IPSIS VERBIS - Com as mesmas palavras.
LATO SENSU - Em sentido amplo. (O contrário é STRICTO SENSU).
PER CAPITA - Por cabeça, para cada indivíduo.
POST SCRIPTUM - Depois de escrito. (O famoso PS)
QUORUM - Número mínimo para funcionamento de colegiado.
SIC - Assim, deste modo. Usado para indicar transcrição literal.
SINE DIE - Sem dia marcado.
SINE QUA NON - (Condição) sem a qual não pode ser feito.
SUPERAVIT - Saldo positivo.
VIDE - Vê, veja, veja-se, veja em. Usa-se quando se quer que o leitor consulte outra palavra, expressão ou trecho.


PS: As expressões latinas em uso na Língua Portuguesa devem ser grafadas com tipos de letra diferentes do restante do texto ou entre aspas.

Poético






Vale muito a pena ouvir.

Flagrante!



Sem comentários

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Gafes cometidas nos jornais


Recebi por e-mail e gostaria muito de acreditar que não são verdadeiras! Mas...

Jornal do Brasil:

“A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano.” (Onde? Na cova?)
“Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.” (Jura?)
“Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.” (Água no além para purificar as almas)
“O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.” (Onde vamos parar desse jeito?)

O Globo:

“Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente.” (O frio não estava filiado ao sindicato grevista)
“Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio.” (Ah, bom! Achei que )fosse um churrasco!

Extra:

“Os sete artistas compõem um trio de talento.” (Ainda bem que avisaram, pensava que era um quinteto!)
“Parece que ela foi morta pelo seu assassino.” (Não diga!)
“A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.” (Que aberração!)
“O cadáver foi encontrado morto dentro do carro.” (Sem Comentários!)

O Dia:

“A vítima foi estrangulada a golpes de facão.” (Uma nova modalidade de estrangulamento)
“No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos.” (Naturalmente…)
“Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.”  (Viu como ele é disciplinado?)
“Prefeito de interior vai dormir bem, e acorda morto.“ (Acorda?)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Flagrante!

Como se já não bastasse o nome da loja com um tremendo Z disfarçado de raio onde deveria estar um S, olha só o que flagrei na frente desse mesmo estabelecimento:


CORRIGINDO: Deve-se escrever blusas com S e o substantivo flúor deve ser acentuado.
Vamos combinar que flúor sem acento ainda passa, mas BLUSAS com Z  já é demais!!
Portanto, mais atenção, pessoal! A Língua Portuguesa agradece.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Momento Mário Quintana I

Momento Mário Quintana II





BILHETE

Se tu me amas,
ama-me baixinho.

Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.

Deixa em paz a mim!

Se me queres,
enfim,

.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,

.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.

Mário Quintana



Momento Mário Quintana III

Gregório de Matos, poeta baiano

Que falta nesta cidade?... Verdade
Que mais por sua desonra?... Honra
Falta mais que se lhe proponha?... Vergonha

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste socrócio*? ... Negócio.
Quem causa tal perdição? ... Ambição.
E o maior desta loucura? ... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio* e sandeu*,
Que não sabe que o perdeu
Negócio, ambição, usura.

[...]

E que justiça a resguarda?... Bastarda
É grátis distribuída?... Vendida
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

[...]

A Câmara (1) não acode? ... Não pode.
Pois não tem todo o poder? ... Não quer.
É que o governo a convence? ... Não vence.

[...]


(1) As Câmaras tinham grande poder no Brasil colonial: arrecadavam impostos, resolviam os problemas das comunidades, mantinham a segurança, estabeleciam relações com os governadores, etc.

*Socrócio: palavra criada pelo autor, indicando roubalheira, rapinagem.
*Néscio: ignorante.
*Sandeu: idiota.


PS: É incrível como, mais de três séculos depois, essas palavras de Gregório de Matos continuam tão atuais.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Leitura no ponto

 


Fiquei encantada com essa imagem que encontrei no Google. Um ponto de ônibus  e de leitura em Paris.
Imaginei como seria boa uma iniciativa dessa nas estações de transbordo de Feira de Santana e, pesquisando, descobri que, em novembro do ano passado, a prefeitura de São Paulo instalou a primeira biblioteca num ponto de ônibus. Ela fica no Terminal Sacomã e dispõe de um acervo com mais de 2.400 livros à disposição da população que passa por ali.

Museu da Língua Portuguesa - Parte I








sábado, 15 de janeiro de 2011

"O Pequeno Príncipe" - Vale a pena ler!


Quem ainda não leu a obra-prima "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupery não sabe o que está perdendo.
Apesar de o título nos remeter ao universo infantil, trata-se de uma obra que nos permite reflexões muito profundas acerca da vida, do nosso relacionamento com o outro...



Vocês estão dispostos(ó) ou dispostos(ô)?



Você já ouviu falar em plural metafônico?

Alguns substantivos quando flexionados no plural trocam a vogal tônica fechada (ô) pela tônica aberta (ó). Esse é o chamado plural metafônico. Essa palavra vem do grego metafonia [met(a) + fon(o) + ia] que, em gramática, significa alteração do timbre de vogal fechada para vogal tônica aberta. Assim, temos: povo (ô) / povos (ó), tijolo (ô) / tijolos (ó)...


Dia desses, flagrei um repórter da Globo falando "Vocês estão dipostos (ô)?" Essa fala me fez lembrar tantas outras confusões em torno desse tipo de plural que ouço por aí, como: rolos (ó), cachorros (ó), ossos (ô), miolos (ô). Por isso, resolvi fazer essa postagem para ajudá-los a não cometer barbaridades como essas.

A dica é a seguinte:
1) Se a palavra possui feminino, o plural masculino assume o timbre da forma feminina:

masculino      feminino      plural bobo (ô)          boba (ô)        bobos (ô)
novo (ô)          nova (ó)        novos (ó)
Exceção: sogro (ô) – sogra (ó) – sogros (ô)

2) Quando há consoante nasal m ou n, o timbre da vogal é sempre fechado:
singular         plural
gomo(ô)          gomos (ô)
trono (ô)         tronos (ô)

3) Quando a palavra não se encaixa nos dois casos anteriores, é comum a abertura do timbre da vogal o no plural:

singular          plural
globo (ô)          globos (ó)
olho (ô)            olhos (ó)

4) Os substantivos femininos conservam no plural o mesmo timbre do singular:.
singular           plural
arroba (ô)         arrobas (ô)
bolha (ô)           bolhas (ô)

Para mim ou para eu? Parte I


"Hoje não vai dar pra mim fazer esse serviço..."
"Saiu e deixou os pratos do almoço pra mim lavar sozinha"
"Ela fez um bolo tão gostoso pra mim comer"

Não aguento mais ouvir frases como essas.
A audição da última é a mais sofrível pra mim. "É você quem vai comer o bolo ou ele vai comê-la, criatura?" Não aguentei e soltei essa dia desses para uma amiga. Então.. segue aqui a explicação. Espero poder ajudar.

O pronome oblíquo MIM jamais deve ser empregado como sujeito. Isso fica a cargo de outro, também de 1ª pessoa, só que do caso reto. O pronome EU.
Então, de acordo com o padrão culto da língua, deve-se dizer:

"Hoje não vai dar para EU fazer...
"Saiu e deixou os pratos do almoço para EU lavar"
"Ela fez um bolo tão gostoso pra EU comer"

Observe que, nesses casos, o pronome EU é sujeito dos verbos que o seguem.

Para mim ou para eu? Parte II


Alguns colegas costumam explicar esse caso dizendo que não se emprega o pronome MIM antes de verbos no infinitivo. O que é um equívoco. Há cinco casos em que podemos usá-lo antes de infinitivo: Diante dos verbos CUSTAR, FALTAR, BASTAR e SER ou ESTAR (Esses dois últimos com adjetivos como difícil, fácil, certo, complicado.).


Então, o correto é:

Basta para mim ter você ao meu lado. E não: Basta para eu ter você...
Custa para mim entender esse assunto. E não: Custa para eu entender esse assunto.
Falta para mim entender esse assunto. E não: Falta para eu entender...
Resta para mim falar um pouco mais. E não: Resta para eu falar...
É muito fácil para mim falar sobre português. E não: É muito fácil para eu falar...

Observe que em todos esses exemplos o pronome MIM não exerce a função de sujeito.
É só colocar essas frases na ordem direta. Exemplo: Ter você ao meu lado basta para mim. O sujeito, portanto, é a oração "Ter você ao meu lado" e não o pronome oblíquo em questão.

Sendo assim, a regra é: O pronome MIM não pode exercer a função de sujeito no uso culto da língua.

Por favor, não saia mais por aí dizendo:
"Peguei esse dinheiro pra mim comprar um livro."