domingo, 28 de novembro de 2010

Aos alunos da 8ª série

Peço licença aos demais leitores deste blog para uma homenagem/despedida que não poderia deixar de fazer.


8ª série A

8ª série B

Final de ano chegando...
Momento de despedidas e, consequentemente, retrospectivas...
Por dois anos para muitos, um ano para outros, compartilhamos momentos de muito riso, palhaçadas, alegrias e muita festa. Mas, como em toda relação em que se convive por um bom período de tempo, e graças às diferenças que fazem do coletivo essa coisa tão bonita, também dividimos tristezas, nos decepcionamos, nos aborrecemos... Todavia nada que tirasse de mim duas coisas:  a sensação de dever cumprido, consciente da responsabilidade da missão que a mim foi confiada, e que é muito boa, e a tristeza resultante da saudade que já começo a sentir dessa convivência que foi de muito aprendizado.
Com vocês, meus queridos alunos da 8ª série do PP (turmas A e B), aprendi, na prática, que rir é mesmo o melhor remédio e,  com essa fome de vida que carregam dentro de si,   aprendi ainda que não vale a pena passar mais que um minuto chateada com o que quer que seja, porque a vida passa muito rápido e não podemos perder tempo com bobagens ou coisas que tirem o brilho dos nossoa olhos... aprendi tantas... tantas coisas que se fosse escrever levaria  uma noite...Mas, nesse caso, tenho pressa...pressa em registrar aqui os meus sinceros votos de que, nessa nova etapa de vida, vocês continuem sendo muito felizes, acumulem muitas vitórias e extraiam o máximo de aprendizagem das derrotas (que provavelmente virão e não devem ser motivo de tristeza prolongada).
Enfim...

"Já está chegando a hora de ir

Venho aqui me despedir e dizer

Em qualquer lugar por onde eu andar

Vou lembrar de você

Só me resta agora dizer adeus

E depois o meu caminho seguir

O meu coração aqui vou deixar

Não ligue se acaso eu chorar

Mas agora adeus"
                                                                                                  Com carinho. Pró Lu.

Estatutos do Homem - Thiago de Mello

     Sensibilizada com a notícias que não param de ser atualizadas sobre o combate à violência no Rio de Janeiro, resolvi postar aqui um vídeo com um texto que gosto muito - Estatutos do Homem, de Thiago de Mello.



 
     Acabo de ver na Internet que a polícia está no Morro do Alemão. Espero, sinceramente, que o povo do Rio, em breve, vivencie o que diz Thiago em seu texto:

" Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira. "

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Declaração de amor

Oi, pessoal! Andei sumida... eu sei... muita correria... Mas estou de volta.
Hoje vou postar uma declaração de amor diferente... de Clarice Lispector à Língua Portuguesa. Linda... linda!! Espero que gostem.


        Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.
      Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
      Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
     Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
         Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.


                                                                                    Clarice Lispector in A descoberta do mundo.