segunda-feira, 29 de junho de 2020
É muito comum o emprego inadequado do adjetivo independente no lugar do advérbio independentemente.
INDEPENDENTE é um adjetivo e, como tal, expressa uma característica ou qualidade.
Ex.: Meu filho é muito independente.
Ela é independente desde os 18 anos.
INDEPENDENTEMENTE é uma advérbio. Expressa uma circunstância e equivale a "apesar de", "ainda que".
Ex.: Independentemente de ela reconhecer meu esforço, continuarei ajudando minha filha.
Não vou desistir de você, independentemente de sua ingratidão.
Não muito raro, me deparo com textos em que há declarações com o emprego equivocado dessas duas palavras. A seguir, dois desses casos:
"Independente de sermos campeões paulistas, precisamos cumprir nosso papel."
CORREÇÃO: Independentemente de sermos campeões paulistas, precisamos cumprir nosso papel.
"O deputado já avisou que, independente da decisão do Conselho de Ética, que precisa ser apreciada pelo plenário da Câmara, ele abandonará a carreira política."
CORREÇÃO: O deputado já avisou que, independentemente da decisão do Conselho de Ética, que precisa ser apreciada pelo plenário da Câmara, ele abandonará a carreira política.
quinta-feira, 25 de junho de 2020
terça-feira, 23 de junho de 2020
segunda-feira, 22 de junho de 2020
terça-feira, 16 de junho de 2020
segunda-feira, 15 de junho de 2020
domingo, 14 de junho de 2020
sábado, 13 de junho de 2020
ter aceito ou aceitado?
Ontem, em sua live, Dorgival Dantas, ao fazer agradecimentos a Bell Marques, ficou em dúvida sobre qual a forma correta: ter aceito ou ter aceitado. A gente explica agora, Poeta:
ACEITO e ACEITADO são duas formas de particípio do verbo ACEITAR. As duas existem na língua. Porém, ACEITO é a forma irregular e deve ser empregada com os verbos auxiliares SER e ESTAR. Já ACEITADO é a forma regular e deve ser empregada com os verbos auxiliares TER e HAVER.
Portanto, o adequado seria o Poeta dizer: Obrigado por TER ACEITADO o convite.
Os verbos que possuem duas formas de particípio são chamados de verbos abundantes. Veja outros exemplos:
REGULAR IRREGULAR elegido eleito
entregado entregue
acendido aceso
suspendido suspenso
pagado pago
suspendido suspenso
quinta-feira, 11 de junho de 2020
Sugestão de leitura
Em “É
proibido calar!”, o jornalista Mílton Jung nos revela seu lado pai e se dirige
a quem “aceitou o convite feito pela vida de ser responsável por assegurar a sobrevivência
e o desenvolvimento pleno de uma criança. Partindo de sua experiência como pai
e também como filho, o autor propõe uma reflexão, a fim de que os pais e mães
entendam que, se desejam que os filhos vivam num país com igualdade social,
honestidade e respeito ao próximo, é necessário iniciar esse trabalho dentro de
casa e criar seus filhos e filhas com responsabilidade e ética. Na capa do
livro, uma frase de Mario Sergio Cortella já nos diz o que encontraremos
páginas a dentro: “Mílton Jung recusa a
falência da esperança e produz uma narrativa plena de beleza”. Enfim... leitura obrigatória para quem vive
as dores e delícias da maternidade ou da paternidade.
rescindir X reincidir
Os verbos RESCINDIR e REINCIDIR são PARÔNIMOS (palavras com grafia e pronúncia semelhantes, mas com significados diferentes).
Outros parônimos:
Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)
Mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
Inflação (alta dos preços) / infração (violação)
Eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
Arrear (pôr arreios) / arriar (descer, cair)
quarta-feira, 10 de junho de 2020
No dia da Língua Portuguesa, objeto de trabalho e estudo deste blog, nossa homenagem se faz por meio das palavras de Clarice Lispector:
“Esta é uma declaração de
amor; amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi
profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter
sutileza e de reagir às vezes com um pontapé contra os que temerariamente ousam
transformá-la numa linguagem de sentimento de alerteza. E de amor. A língua
portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem
escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa do superficialismo.
Às vezes assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montado num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos, estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida."
Às vezes assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montado num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos, estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida."
segunda-feira, 8 de junho de 2020
sábado, 6 de junho de 2020
sexta-feira, 5 de junho de 2020
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Indicações de leitura
Mais alguém aí sente saudade de determinadas leituras? Hoje, senti saudade desses dois livros. Um - As baianas - me conquistou por ser um livro que reúne seis contos, de seis autores, cujas histórias, com finais bastante imprevisíveis, retratam mulheres baianas sem os estereótipos que costumam ter na literatura. O outro - A visita cruel do tempo - seduziu-me ainda na livraria, quando li o pequeno texto da primeira página e que deixo aqui transcrito para, quem sabe, seduzir você também: "É essa a realidade, não é? Vinte anos depois, a sua beleza já foi para o lixo, especialmente quando arrancaram fora metade das suas entranhas. O tempo é cruel, não é? Não é assim que se diz?"
Duas ótimas leituras: a primeira, ligeira e fácil. A segunda, mais exigente e com enredo bastante profundo.
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